Se atualmente a maioria dos adultos na faixa etária dos 25/35 tem um curso superior, ou então o ensino secundário completo, podendo-se dizer que é “licenciado” em alguma área, há uns anos atrás não era bem assim.
A faixa etária dos 35/55 não frequentou aulas para hoje ser mecânico, construtor civil ou carpinteiro. Deste grupo de pessoas surgiu uma classe que eu acho fascinante. São os desenrascados. E nunca uma palavra fez tanto sentido para descrever os portugueses. Desenrascados. Sim, todos somos.
Se nos perguntarem “Sabes trabalhar com um computador?” a resposta é normalmente um “Ó, nada de mais. Desenrasco-me.”. Ou então estamos aflitos porque nos rebentou um cano na cozinha e precisamos de usar aquela tubagem para cozinhar. Ligamos a vários canalizadores e nenhum está livre. Ligámos a uma amiga a perguntar se conhece algum, a resposta é “Um canalizador não conheço, mas o meu tio até se desenrasca. Queres que lhe ligue?”.
É claro que na altura não nos parece mal termos alguém que até se desenrasca a “safar-nos” da 3ª Guerra Mundial. A questão é que muitas vezes os desenrascados em vez de ajudarem fazem pior. Desenrascam, por uma semana ou um mês. Mais tarde precisamos de um profissional com as capacidades todas.
Agora digo-vos, quando é que será que deixam de tentar de desenrascar a geração que à rasca está, e se lembram que mais vale procurar uma solução que dure muito, e não uma que dure uma semaninha ou duas?
Até Quarta meus estimados leitores! (Sim, eu devia ter começado este post por dizer que me mudei para a quarta devido ao meu horário escolar bastante pesado à Terça-feira. Mas olhem, já me desenrasquei.)9
P.S.: Apesar de não ter visto o Festival Eurovisão da Canção, tenho que lamentar o facto dos Homens da Luta não terem passado à segunda semifinal. A todos os portugueses que acham que eles são uma palhaçada e uma vergonha para o nosso país, tenho a dizer que se até nós menosprezamos o que temos, porque é que outros países hão de querer ajudar-nos?
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