terça-feira, 17 de maio de 2011

O Principezinho

O Principezinho
Edição/reimpressão: 2001
Páginas: 96
Editor: Editorial Presença
Preço: 8,08 euros









Para me estrear nesta nossa rubrica, vou falar de um clássico que marcou a minha infância e a minha juventude. Falo d’O Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry, que conta a história de um príncipe que veio de um planeta onde vivia com os seus três vulcões e uma rosa.
Este menino aterrou na terra e encontrou um aviador cujo avião tinha despenhado. Juntos partilham muitas histórias e ensinam um ao outro e aos leitores grandes lições que nos ajudam a viver melhor.
Qual o verdadeiro valor da amizade? Porque é que as crianças são mais felizes que os adultos? Qual o significado da palavra cativar? Encontramos a resposta a estas perguntas neste livro aparentemente para crianças mas que  ensina muito a todos nós. É Aquele tipo de livros que devemos ler de ano em ano, ele recorda-nos sempre o que é importante e com a nossa maturidade a evoluir vamos compreender melhor cada metáfora.

« - Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou.
- Ah! perdão, disse o principezinho.
Mas, depois de ter refletido, acrescentou:
- Que significa “cativar”? (…)
- Não, disse o principezinho. Ando à procura de amigos. Que significa “cativar”?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu,
disse a raposa. Significa “criar laços”...
- Criar laços?
- Isso mesmo,
disse a raposa. Para mim, não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no Mundo. Serei única no Mundo para ti.(...)
Mas voltou à mesma ideia:
- Levo uma vida monótona. Eu caço galinhas e os Homens caçam-me a mim. Todas as galinhas são iguais e todos os Homens são iguais. Por isso me aborreço um pouco. Mas, se tu me cativares, será como se o Sol iluminasse a minha vida. Distinguirei de todos os passos, um novo ruído de passos. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra. Os teus hão de atrair-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Vês lá adiante os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E é triste. Mas os teus cabelos são cor de oiro. Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. Como o trigo é doirado, fará lembrar-me de ti. E hei de amar o barulho do vento através do trigo...
A raposa calou-se e olhou por muito tempo para o principezinho.
- Cativa-me, por favor,
disse ela.
- Tenho muito gosto,
respondeu o principezinho, mas falta-me tempo. Preciso de descobrir amigos e conhecer outras coisas.

- Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa. Os Homens já não têm tempo para tomar conhecimento de nada. Compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem mercadores de amigos, os Homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me. (…)
- Vou dizer-te o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.»

in. “O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry 

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